CERATOCONE: FAV REFORÇA PREVENÇÃO E ALERTA PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE
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> Doença progressiva que afeta a córnea é uma das principais causas de transplante ocular no Brasil

No mês do Junho Violeta, dedicado à conscientização, prevenção e combate ao ceratocone, a Fundação Altino Ventura (FAV) reforça a importância do diagnóstico precoce dessa doença ocular progressiva, que afeta principalmente adolescentes e jovens entre 10 e 25 anos. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 150 mil brasileiros desenvolvem ceratocone a cada ano. A condição é uma das principais causas de transplante de córnea no país, representando 20% dos casos, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
Apenas em 2024, a FAV atendeu 726 pacientes com diagnóstico de ceratocone. No primeiro semestre deste ano, já são 309 pessoas em acompanhamento. A doença é caracterizada pelo afinamento e encurvamento da córnea, que assume formato cônico, comprometendo a visão. Entre os sintomas mais comuns estão a visão borrada ou distorcida, sensibilidade à luz e dificuldade de enxergar à noite. A condição pode afetar um ou ambos os olhos, de forma assimétrica.

Embora a causa exata do ceratocone ainda não seja totalmente conhecida, estudos apontam que fatores genéticos e ambientais estejam associados à sua manifestação. O hábito de coçar os olhos, especialmente em pacientes com alergias oculares, é apontado como um fator de risco importante para o agravamento do quadro. “Coçar os olhos modifica negativamente a história natural da doença, podendo acelerar sua progressão”, alerta a oftalmologista da FAV, Dra. Camila Moraes.
O diagnóstico do ceratocone é realizado com um médico oftalmologista, por meio de exames oftalmológicos especializados, que avaliam a espessura e a curvatura da córnea. “O tratamento depende do estágio da doença: em fases iniciais, o uso de óculos ou lentes de contato rígidas pode ser suficiente. Em casos moderados, são indicados procedimentos como o implante de anéis intracorneanos ou o crosslinking, técnica que utiliza vitamina B2 associada à radiação ultravioleta para fortalecer o colágeno da córnea e frear a progressão da doença. Nos estágios mais avançados, o transplante de córnea pode ser necessário”, explica Dra. Camila Moraes. Entre janeiro de 2024 e 31 de maio de 2025, a Fundação Altino Ventura realizou 437 transplantes de córnea. Desses, 117 foram indicados para o tratamento de ceratocone.

A oftalmologista destaca que o ceratocone costuma se estabilizar com a idade, mas a atenção na infância e adolescência é essencial. “Crianças que coçam os olhos com frequência ou apresentam dificuldades na escola devem ser avaliadas. É preciso investigar possíveis erros de refração ou doenças como o ceratocone”, orienta. Ela reforça que o principal recado do Junho Violeta é simples, mas fundamental: não coce os olhos. "Se houver coceira frequente, procure um oftalmologista para tratar a causa antes que o problema comprometa a visão", finaliza.
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Editor-Chefe: Phelipe Cavalcante
Redação: Weriston Rodrigues
Fotos: Cristiana Dias / Divulgação
Diagramação: Ana Silva