É com muita alegria que a Fundação Altino Ventura (FAV) comemora os 5 anos de atividades do Projeto Semear, desenvolvendo pesquisas científicas e oferecendo apoio psicossocial as crianças com a síndrome congênita do vírus da Zika e suas famílias.
O Projeto Semear é fruto da parceria entre a FAV e a Fundação RTI Internacional (Research Triangle Park, NC), e é financiado pelo Instituto Nacional Eunice Kennedy Shriver de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, integrante dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), EUA. Durante meia década, o projeto foi desenvolvido no Centro Especializado em Reabilitação (CER) da FAV, em Recife-PE, entre os anos de 2018 a 2023. Foram doados 8.195 incentivos às famílias conforme a necessidade, entre eles: 2.506 ajuda de custo para gastos domésticos, 2.188 Cestas básicas, 562 pacotes de fraldas, 252 óculos, 251 órteses, 160 cadeiras de banho, 85 leites (fórmula especial), 1.894 camisas, 07 brinquedos, 35 ingressos para atividade cultural (cinema), além de 191 kits pedagógicos, para estimulação do Neurodesenvolvimento das crianças. Essa metodologia permite o desenvolvimento cognitivo da criança através do processo de ensino-aprendizagem, especialmente desenvolvido para crianças com necessidades especiais. Ao todo, foram confeccionados 18 Itens pedagógicos, com supervisão pedagógica terapêutica, e que foram construídos pelos pais, mães, voluntários, e colaboradores da FAV. Todas as famílias das crianças receberam capacitações específicas sobre o uso e manuseio de cada um desses itens.
O Projeto Semear desenvolveu outras ações para melhorar a inclusão social e a qualidade de vida, tanto das crianças como das famílias e cuidadores. A realidade da vida dessas famílias é muito sofrida, diante do complexo quadro médico apresentado pelas crianças com a síndrome congênita do vírus da Zika, somados ao contexto de vulnerabilidade social. Essas famílias não têm oportunidade de usufruir com seu filho de momentos de lazer ou atividades sociais. Foi o que comentou Juliana Katharine, mãe de Gabriel Luiz do Nascimento, agora com 7 anos: “Quero agradecer ao Projeto Semear, por todas as ações realizadas conosco. Gostaria de aproveitar para pedir a continuidade. Muitas famílias são beneficiadas, ficam à espera de cestas básicas, leite, fraldas, sem contar com os passeios, já que nem todas as mães dispõem de momentos de lazer.”
Este projeto teve um grande impacto social, além da preocupação com o bem-estar da mãe e/ou cuidador das crianças. “O projeto nos proporcionou uma melhor qualidade de vida para nossos filhos e família. Agradeço a Deus e a cada um dos envolvidos”, destacou Maria de Fátima, avó de Pedro Miguel Firmo de Lima.
A Fundação Altino Ventura recebeu inúmeras demonstrações de carinho e reconhecimento pelos serviços prestados às crianças e suas famílias. Como exemplo citamos o caso de uma mãe, Helen, cuja filha Maria Fernanda foi tratada desde bebê pela Fundação, através do Projeto Semear, ela precisou mudar-se para São Paulo, devido a problemas familiares. De forma inusitada, a mãe tatuou a logomarca da FAV em seu próprio corpo. “Sou muito grata por tudo que Maria viveu e recebeu na FAV. E eu os trouxe em meu coração e em minha pele”
Para Pollyanna Carvalho, Coordenadora Terapêutica do Projeto Semear, a iniciativa foi muito satisfatória e alcançou todos os objetivos propostos, “Solidariedade, esperança, motivação, emoção, amor e resiliência, esses são os significados de cada letra que formam a palavra Semear, deste Projeto, e desde o início das nossas ações pudemos trabalhar esses valores aplicando-os, na prática. Ao concluir os 5 anos do Projeto constatamos ter produzido um grande impacto social, aumento do bem-estar das crianças e seus familiares, afinal, cuidar da família é crucial. Aqui as famílias encontraram acolhimento e um olhar diferenciado para si mesmos. A Sensação que temos é que cumprimos nosso papel plenamente”, enfatiza Pollyanna.
Toda a supervisão técnico-científica do Projeto Semear foi feita por duas principais investigadoras, a oftalmologista Camila Ventura, pesquisadora da Fundação Altino Ventura, especialista em desordens da retina Pediátrica, e Anne Wheeler, pesquisadora da RTI, especialista em desordens neurogenéticas. Para Dra. Camila Ventura “A FAV encontrou na RTI, a maior fundação mundial, sem fins lucrativos, que desenvolve pesquisas de forma independente, a parceira ideal para este projeto grandioso. As equipes de ambas fundações trabalharam com muita motivação e unidade, com foco em alcançar resultados de grande alcance científico e social. Fizemos descobertas científicas pioneiras quanto a síndrome congênita do vírus Zika publicadas em revistas científicas com elevado fator de impacto. Além disso, desenvolvemos um programa de atenção multiprofissional especializado que ofereceu as crianças serviços de saúde e assistência social e psicológica as famílias. Sendo assim, contribuímos para a melhoria das condições de vida de cada família. Estou muito grata a todos que contribuíram para esse projeto que se tornou um marco, e deixou enorme legado a sociedade!”
Para Anne Wheeler, “A visão da RTI é abordar os problemas mais críticos do mundo com soluções baseadas na ciência em busca de um futuro melhor; juntamente com a FAV, aprendemos muito sobre crianças com síndrome congênita do Zika e o impacto em suas famílias; um problema importante a ser resolvido. Assim, cumprimos os objetivos deste importante projeto de pesquisa”.
Agora, a Fundação Altino Ventura procura renovar esse projeto junto ao NIH para dar continuidade a este importante projeto de cunho científico e social.
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