FAV REALIZA CAMPANHA DE AMBLIOPIA EM JABOATÃO DOS GUARARAPES
- arquivosfav
- 29 de out. de 2024
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A ação ofereceu exames oftalmológicos e atendimento especializado, além de identificar outros problemas oculares em crianças da rede municipal de ensino.

Todos os anos, o Centro Latino-Americano de Estrabismo (CLADE) promove a campanha internacional de Detecção da Ambliopia, com o objetivo conscientizar a população sobre a ambliopia, também chamada de "olho preguiçoso". A campanha ocorre durante o mês de outubro, conhecido como o "Mês da Ambliopia", em mais de 20 países da América Latina, incluindo o Brasil, reforçando a importância da detecção precoce para garantir o tratamento adequado e preservar a visão.
Com base nesta campanha, a Fundação Altino Ventura (FAV), realizou de 21 a 23 de outubro, uma ação para identificar e tratar esses casos e outros problemas oculares em crianças de 5 a 10 anos matriculadas na rede municipal de ensino. As atividades ocorreram na Escola Municipal de Tempo Integral José Rodovalho, em Candeias, Jaboatão dos Guararapes-PE. A iniciativa foi uma parceria de alto impacto social com as Secretarias de Saúde e Educação do município.
Durante os três dias da campanha, as crianças passaram por exames oftalmológicos com uma equipe de Médicos Oftalmologistas e Assistentes Oftálmicos da FAV, contaram também com o apoio de profissionais das Secretarias de Saúde e de Educação do município. As consultas ocorreram em três salas distintas, cada uma com procedimentos diferentes até o ultimo estágio no aparelho Refrator de Greens.

Foto: Matheus Britto/Prefeitura de Jaboatão
Na primeira parte da ação, realizada no início de outubro, mais de 900 crianças passaram por triagem visual. Destas, 115 compareceram na segunda fase e receberam atendimento oftalmológico geral. Dentre eles, mais de 45 estudantes foram diagnosticados com casos complexos, clínicos e cirúrgicos, e receberam encaminhamento para realizar exames detalhados no Complexo Oftalmológico e de Reabilitação da FAV, no bairro da Iputinga, em Recife.
Wellington Pedro, de 44 anos, Operador de Terminal e pai dos alunos Mateus, 9 e Letícia, 6 , elogiou a ação realizada na escola. Ele destacou a importância do projeto, especialmente porque descobriu que seu filho Mateus tem sinais de glaucoma, algo que só foi detectado agora, através dos exames.
“Mateus já usa óculos desde os 3 anos, mas essa nova informação foi essencial. Essa iniciativa é excelente e deveria ser levada a outras escolas, ajudando a melhorar a visão de muitas crianças”, argumentou.
A Dra. Liana Ventura, Presidente do Conselho Curador da FAV, agradeceu a todos os envolvidos no projeto e destacou o apoio das Secretarias de Saúde e Educação, sob a liderança da Dra. Zelma Pessoa.
“Sou grata à equipe de Projetos Externos, coordenada por André Cavalcanti, às oftalmopediatras Bruna Borba, Geórgia Lobo, Noelle Carreiro e aos médicos que participaram desta campanha. A equipe de comunicação, os assistentes oftálmicos e a parceria com a Ótica Avvistare e o Laboratório Essilor pela doação de óculos, assim como os esforços dos diretores, professores, responsáveis pelas crianças e a todos que cooperaram pela excelência neste projeto”, disse.

A Secretária de Saúde do Jaboatão dos Guararapes, Dra. Zelma Pessoa, destacou a conclusão da campanha nos alunos da rede municipal, realizada em parceria com a FAV e integrada ao Programa Saúde na Escola.
“A campanha também distribuiu óculos de sol para proteção contra radiação solar. Esta ação de diagnosticar precocemente a saúde ocular das crianças em um ambiente seguro, como a escola, foi um importante impacto social”, relatou a Secretária de Saúde.
Dra. Georgia Lobo, oftalmopediatra da FAV, compartilhou sua experiência no segundo dia do projeto. Ela relatou o caso de Milena Assunção, aluna de 7 anos, cuja mãe já havia notado dificuldades visuais desde o início do ano. Após ser triada, a equipe constatou que a criança apresentava a visão muito prejudicada e precisava de óculos, devido a um grau elevado.
“No momento em que ela colocou os óculos, conseguiu enxergar claramente pela primeira vez e emocionou a todos”, contou.
Ela destacou a importância do trabalho conjunto da equipe da FAV e de todos os que fizeram o projeto acontecer.
Simone Assunção, 41 anos, dona de casa e mãe da aluna Milena Assunção, contou sobre a participação de sua filha na ação.
“Milena estava tendo dificuldades para enxergar e falar. Quando soube que haveria exames de vista na escola, desmarcou até a consulta com a psicóloga. Após os testes, os médicos confirmaram que Milena tinha problemas de visão e precisaria usar óculos, pois enxergava muito pouco. Graças a essa ação, foi possível identificar o problema a tempo. Agora, com os óculos, minha filha terá uma visão melhor e vai melhorar seu desempenho”, comentou.
De acordo com o Instituto Strabos, de Ensino, Ação Social e Pesquisa em Estrabismo, a ambliopia, também chamada de doença do olho preguiçoso, acomete de 2 a 4% da população brasileira, incluindo adultos e crianças. Ela é a principal causa de baixa visão unilateral em crianças e adultos abaixo de 60 anos.

A Campanha de Ambliopia recebeu também o apoio e as parcerias do Governo do Estado de Pernambuco, do Conselho Latino-Americano de Estrabismo (CLADE), do Centro Brasileiro de Estrabismo (CBE), do Conselho Brasileiro de Ortóptica (CBOrt), da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), OFTAN, OneSight (Essilor Luxottica Foundation) e Ótica Avvistare.
AMBLIOPIA
A ambliopia, ou "olho preguiçoso", é uma condição ocular que pode afetar crianças e persistir na vida adulta, causando prejuízos no rendimento visual. Ocorre quando há baixa da acuidade visual, que pode ser uni ou bilateral. Pode ser causada por diversos transtornos da visão, incluindo erros refrativos (miopia, hipermetropia, astigmatismo e anisometropia significativa), estrabismo (desalinhamento dos olhos), catarata congênita, opacificação da córnea, entre outros.
A visão do paciente nesses casos de ambliopia não consegue atingir a acuidade visual normal, mesmo com o uso de óculos ou lentes de contato. Isso ocorre porque o cérebro começa a favorecer o olho mais forte e suprime a visão do olho mais fraco, levando a uma falha no desenvolvimento visual adequado desse olho. Dentre as causas, as mais comuns de ambliopia são o estrabismo e a anisometropia.
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Editor-Chefe: Phelipe Cavalcante
Redação: Weriston Rodrigues
Fotografia e Diagramação: Ismael Santos